Bem vindo ao Blog de Ornitologia e Birdwatching da ONG MAE!

SEJA BEM VINDO!

Se você é ornitólogo profissional ou amador, ou um simples amante da natureza em especial da avifauna, este é o seu Blog. De agora em diante serão postadas novidades, notícias e informações interessantes obtidas através das pesquisas e atividades realizadas pela ONG MAE - Meio Ambiente Equilibrado, sobre a avifauna brasileira.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

"Highlights" das últimas passarinhadas da ONG MAE

Foto 1. Ave na mira! Calma, é apenas um telescópio! hehehe

       Faz tempo que não atualizamos o Blog, mas foi por falta de tempo de elaborar as listas e discuti-las. Pensando nisso, e no acúmulo de listas, resolvemos tirar os pontos altos das ultimas incursões a campo do Grupo de Ornitologia e Birdwatching da ONG MAE.
       Bom, as últimas incursões se deram em 3 locais, o primeiro deles Parque Estadual Mata dos Godoy (PEMG), o segundo foi um sítio próximo ao PEMG, e o terceiro e último foi no Recanto do Pinhão (distrito de Mauá da Serra).
Com uma média de 80 espécies por incursão, exceto a do Recanto do Pinhão, que na verdade foi um "plus" pois estávamos lá para o planejamento estratégico da ONG MAE, mas passarinheiro que se preze sempre arruma um tempo para escapar em busca dos nossos amigos penosos! hehehe
    Os destaques da passarinhada no PEMG ficaram por conta de 3 espécies, o Macuquinho (Eleoscytalopus indigoticus) que apesar de ser um bicho florestal foi avistado por mais de uma vez fora da área de mata em meio ao capim colonião (estranhíssimo), outro destaque foi a vocalização espontânea do Pinto-do-mato (Hylopezus nattereri) que é uma espécie de dificílima detecção na região - inclusive ele cantou apenas uma vez, e nem com o uso da técnica de Playback ele repetiu, e o outro destaque foi o também o típico das regiões Serranas e raríssimo em nossa região Arapaçu-liso (Dendrocincla turdina), que vocalizou várias vezes com seu canto estridente e continuo - inclusive respondeu o Playback mas não deu as caras. 
        Agora vamos aos destaques do campo no sítio próximo à Mata dos Godoy, que foram o Olho-falso (Hemitriccus diops) que é bastante incomum em nossa cidade, o seu "irmãozinho" mais arisco e mais raro Catraca (Hemitriccus obsoletus) que apareceu pela primeira vez no ano para nossa equipe, novamente o Macuquinho (Eleoscytalopus indigoticus) desta vez em seu devido ambiente florestal com bastante bambú e  emaranhados de cipós, e o Tapaculo-pintado (Psilorhamphus guttatus) que compartilha não só do ambiente do Macuquinho, mas também na dificuldade de detecção visual.
Por último, os destaques do Recanto do Pinhão, que é um lugar maravilhoso com uma cachoeira linda  (foto 2),

Foto2. Cachoeira e piscina natural no Recanto do Pinhão
que ficou ainda mais bonita quando descobrimos que abrigava pelo menos duas espécies de Apodideos (Andorinhões), são eles o Taperuçu-de-coleira-branca (Streptoprocne zonaris) e o Taperuçu-velho (Cypseloides senex), ambos vivem no paredão imediatamente atrás da cachoeira, mas conseguimos foto apenas do Taperuçu-velho (foto 3).
Foto 3. Taperuçu-velho (Cypseloides senex) que vive no paredão embaixo da cachoeira.

        E o terceiro e último destaque do Recanto do Pinhão, foi uma pomba! 
        Poxa vida, uma pomba??? Afff!!!
       Mas calma, não é qualquer pomba, eram Pariris (Geotrygon montana), uma das pombas mais dífíceis de encontrar, especialmente em nossa região. Para ter idéia, nós da ONG MAE, encontramos esta ave umas 3x no total, uma delas inclusive está registrada com a gravação do canto desta ave no site Wikiaves (http://www.wikiaves.com.br/444594&tm=s&t=s&s=10406&p=1). É uma pomba de chão, que raramente se "aventura" em galhos altos, e também de difícil detecção visual pela sua coloração neutra e comportamento arisco.
         Além destes "highlights" vale lembrar que aves mais comuns - mas nem por isso menos belas - como o Surucuá-variado (Trogon surrucura), a Juruva-verde (Baryphthengus ruficapillus), o Tangará (Chiroxiphia caudata), o Araçari-poca (Selenidera maculirostris), o Tucano-de-bico-verde (Ramphastos dicolorus), a Jandaia-de-testa-vermelha (Aratinga auricapillus) dentre outras, sempre se fazem presentes e contribuem para enriquecer e decorar os belos cenários que a natureza nos oferece.
          Ficaram curiosos em conhecer pessoalmente estes bichos?
      A melhor maneira para isso é entrar em contato conosco pelo email gtaongmae@gmail.com para se inscrever em uma incursão (Passarinhada) com um grupo de pelo menos 5, e no máximo 15 pessoas, que temos ótimos destinos para a prática da Observação de Aves ou Birdwatching. Entre em contato que, juntos, escolheremos a data e o local ideais para uma boa passarinhada! Esperamos vocês!

2 comentários:

  1. Gostaria de fazer alguns comentários sobre o texto, em especial sobre algumas das espécies de aves comentadas. Não diria ser "estranhíssimo" o registro do macuquinho no capim em borda de mata por mais de uma vez, como o próprio texto diz. Apesar de ser uma ave florestal, muitos dos guias de campo e livros chamam atenção sobre sua ocupação de bordas de mata e áreas bastante alteradas junto a florestas e fragmentos florestais, ocupando principalmente capoeiras, arbustos e densos emaranhados de vegetação. Tanto que se reparar, a maioria dos registros dessa sp. são feitas nesse tipo de ambiente por toda sua distribuição. É claro que ele pode ser achado também no sub-bosque de florestas maduras, mas sempre quando o sub-bosque oferece ambiente denso e emaranhado, como no caso dos taquarais de Chusquea sp. em Londrina e adjacências de cursos de água dentro das matas, sempre com bastante arbustos rentes ao chão. No área do parque do Godoy, todos meus registros (que são muitos)foram na capoeira com capim ou ambiente tosco semelhante. Sobre o arapaçu-liso, não diria que se trata se uma espécie tipicamente serrana. Sua distribuição na Mata Atlântica pelo sudeste, sul, além de seguir para Missiones na Argentina e também parte do Paraguai, mostra que a espécie ocupa tanto a planície litorânea como também os planaltos. Diria ainda que na planície litorânea sua presença é ainda mais comum que nas áreas serranas da serra do mar. Em Ldna, em especial no parque do Godoy, já pude observar ou escutar tal espécie na trilha interpretativa como na trilha dos catetos com elevada frequência, então jamais diria ser uma RARÍSSIMA espécie para a região. Acredito que sua inconspicuidade devido sua cor escura e hábitos secretivos causam uma falsa impressão sobre seu status à birdwatchers de primeira viagem. Tanto que em rápida visita ao Godoy (semana passada), durante o horário mais quente do dia, a espécie foi detectada por mim duas vezes em locais diferentes de uma única trilha, a interpretativa. Sobre a Geotrygon montana (pariri), acredito que a frase "... nós da ONG MAE..." não incluiu minha pessoa, já que possuo no mínimo uns oito registros de tal espécie no parque do Godoy e outros fragmentos adjacentes. Por fim sugiro citar os nomes populares das aves com inicial minúscula, como segue oficialmente na lista do CBRO. Espero que meu comentário não cause desconforto aos editores do blog, mas acredito que antes de escrever sobre tal assunto (ornitologia), trocas de informações e conhecimento devem ser feitas com pessoas que tenham grande experiência no local e região. Afinal e, mesmo apesar da minha ausência atual na ong mae, tenho plena convicção de que o grande fundador e precursor das atividades ornitológicas realizadas pela ong se deram através de MIM, ou estou enganado?! Boas festas! Du Patrial

    ResponderExcluir