Bem vindo ao Blog de Ornitologia e Birdwatching da ONG MAE!

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Se você é ornitólogo profissional ou amador, ou um simples amante da natureza em especial da avifauna, este é o seu Blog. De agora em diante serão postadas novidades, notícias e informações interessantes obtidas através das pesquisas e atividades realizadas pela ONG MAE - Meio Ambiente Equilibrado, sobre a avifauna brasileira.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

DICA: Como escolher o seu Binóculo para Observação de Aves - PARTE 1

    Muitas pessoas acreditam que para observar aves basta ter um binóculo qualquer. E elas não estão erradas, dependendo do que se entende por "observar" aves é possível até mesmo a olho nú. Mas no nosso caso o verbo "observar" poderia ser desmembrado em "reconhecer e detalhar", sendo assim, não basta aquele binóculo que veio com a caixa de cereais ou aquele comprado na porta do estádio. Quer entender o por que?
    Comecemos pensando em uma coisa chamada "resolução" - a mesma divulgada exaustivamente para vender câmeras e equipamentos de imagem digital - que nada mais é do que a capacidade de separar 2 pontos em uma imagem. A grosso modo, imaginemos dois pontos muito próximos que em um binóculo você enxergaria como um traço (-) e com outro binóculo você veria dois pontos separados (..), isto exemplificaria que o segundo binóculo possui uma melhor resolução do que o primeiro. Na prática seria como ver uma ave com o primeiro binóculo e entender que é um beija-flor e com o segundo descobrir que é um beija-flor-da-testa-roxa macho, pois com melhor resolução é mais fácil distinguir também contrastes e cores.
Então vamos ao que interessa... A que especificações devemos atentar na compra de um bom Binóculo com boa resolução?


1º - Formato do Binóculo:
Os binóculos apresentam dois formatos básicos, o PORRO e o ROOF, sendo que o primeiro é aquele tradicional em que as lentes não são alinhadas (imagens acima). Vantagens de cada um? Porro é normalmente mais barato e Roof é menor e mais fácil de carregar.

2º - Aumento
O recomendado para observação de aves é de 7 a 10x. Aumentos menores não aproximam a ave o suficiente em determinadas ocasiões e aumentos maiores tornam difícil a observação sem o uso de tripé pois todos nós trememos naturalmente por causa da circulação sanguínea, uns mais outros menos, e quanto maior o aumento do binóculo por menor que seja a oscilação maior a chance de você perder a ave de vista.

3º - Diâmetro da objetiva
Normalmente o binóculo tem grafado em seu corpo um código, por exemplo "7 x 50". Este tipo de código se refere ao aumento e ao diâmetro da objetiva respectivamente logo no exemplo seria um binóculo de 7x de aumento com uma objetiva de 50mm de diâmetro (5cm). Os diâmetros mais conhecidos são 21, 25, 30, 35, 40, 42 e 50, mas não é difícil encontrar alguns ainda mais diversos como 22, 32, 43, 45 e outros - estes mais apropriados para astronomia - como 60, 70, 100 e etc. Mas como escolher diante de tantas opções? É bem simples, pensemos que quanto maior o diâmetro da objetiva maior é a quantidade de luz que chega até seus olhos, logo mais detalhes da ave observada. No entanto, quando maior o diâmetro também maior é o tamanho do binóculo e seu peso, tornando binóculos com lentes com mais de 50mm inviáveis para atividades em campo. Um binóculo com objetiva de 21mm pode dar tanto detalhe quando um de 50mm em um dia ensolarado e limpo, porém, qualquer variação de luminosidade torna binóculos com diâmetro menor menos indicados.

 - Conclusão da parte 1 de nosso guia de como escolher binóculos.
RECOMENDADO: Roof 8x42
Motivos: 

* Formato Roof por em geral ser mais compacto que Porro.
* Aumento de valor apropriado para variadas distâncias, especialmente para próximas (até 20m) e médias (20 - 50m), além de ser favorável ao uso sem tripé. 
* Diâmetro da objetiva com ótima relação tamanho do binóculo e quantidade de luz captada.


sábado, 29 de outubro de 2011

Passarinhada dia 27/10/2011

    Mais um dia de campo do Grupo de Ornitologia e Birdwatching da ONG MAE em outro fragmento de mata na zona sul de londrina, próximo à nova Central de Tratamentos de Resíduos (CTR). O resultado foi um total de 86 espécies de aves registradas - coincidentemente o mesmo número do campo anterior mas com algumas espécies diferentes - demonstrando a grande riqueza presente no local. 
    Destaques desta vez foram o Gavião-de-cabeça-cinza (Leptodon cayanensis), o hoje escasso em nossa região Papagaio-verdadeiro (Amazona aestiva) e especialmente para o "reencontro" dos ornitólogos da ONG MAE com o Papa-formigas-de-grota (Myrmeciza squamosa), e para quem não ligou o nome à pessoa relembre uma de nossas postagens anteriores no link http://ornitologiamae.blogspot.com/2011/10/mais-um-ilustre-morador-londrinense-o.html. É uma ave típica das regiões serranas, mas que recentemente foi descoberta para nossa cidade, o que só aumentou o nosso fascínio pela avifauna de Londrina, que dia após dia, segue surpreendendo.
    Confiram a lista das espécies encontradas neste última incursão e caso se interesse pela atividade entre em contato conosco pelo email gtaongmae@gmail.com e inscreva-se para praticar a observação de aves com o nosso pessoal. 
    Monte um grupo ou caso não conheça outras pessoas que queiram participar, deixe seu nome pois assim que for atingido o número mínimo de interessados na atividade, nós formamos o grupo e entramos em contato com cada um para agendar um local e uma data legal para todos!

  1. Amazona aestiva (Papagaio-verdadeiro)
  2. Ammodramus humeralis (Tico-tico-do-campo)
  3. Anthus lutescens (Caminheiro-zumbidor)
  4. Aratinga auricapillus (Jandaia-de-testa-vermelha)
  5. Aratinga leucophthalmus (Periquitão-maracanã)
  6. Automolus leucophthalmus (Barranqueiro-de-olho-branco)
  7. Capsiempis flaveola (Marianinha-amarela)
  8. Baryphthengus ruficapillus (Juruva-verde)
  9. Basileuterus culicivorus (Pula-pula)
  10. Basileuterus flaveolus (Canário-do-mato)
  11. Bulbucus íbis (Garça-vaqueira)
  12. Cacicus haemorrhous (Guaxe)
  13. Camptostoma obsoletum (Risadinha)
  14. Chaetura meridionalis (Andorinhão-do-temporal)
  15. Cissopis leverianus (Tietinga)
  16. Colonia colonus (Viuvinha)
  17. Columbina talpacoti (Rolinha-roxa)
  18. Conopophaga lineata (Chupa-dente)
  19. Coragyps atratus (Urubu-de-cabeça-preta)
  20. Corythopis delalandi (Estalador)
  21. Cranioleuca obsoleta (Arredio-oliváceo)
  22. Crypturellus obsoletus (Inhambuguaçu)
  23. Crypturellus tataupa (Inhambu-chintã)
  24. Cyanocorax chrysops (Gralha-picaça)
  25. Cyclarhis gujanensis (Pitiguari)
  26. Dendrocolaptes platyrostris (Arapaçu-grande)
  27. Dryocopus lineatus (Pica-pau-de-banda-branca)
  28. Dysithamnus mentalis (Choquinha-lisa)
  29. Forpus xanthopterygius (Tuim)
  30. Furnarius rufus (João-de-barro)
  31. Habia rubica (Tiê-do-mato-grosso)
  32. Hemithraupis guira (Saíra-de-papo-preto)
  33. Hypoedaleus guttatus (Chocão-carijó)
  34. Ictinia plúmbea (Sovi)
  35. Lanio melanops (Tiê-de-topete)
  36. Legatus leucophaius (Bem-te-vi-pirata)
  37. Leptodon cayanensis (Gavião-de-cabeça-cinza)
  38. Leptotila verreauxi (Juriti-pupu)
  39. Lochmias nematura (João-porca)
  40. Mackenziaena severa (Borralhara)
  41. Megarynchus pitangua (Nei-nei)
  42. Melanerpes flavifrons (Benedito-de-testa-amarela)
  43. Milvago chimachima (Carrapateiro)
  44. Mionectes rufiventris (Abre-asa-de-cabeça-cinza)
  45. Myarchus ferox (Maria-cavaleira)
  46. Myiodynastes maculatus (Bem-te-vi-rajado)
  47. Myiopagis caniceps (Guaracava-cinzenta)
  48. Myrmeciza squamosa (Papa-formiga-de-grota)
  49. Pachyramphus castaneus (Caneleiro)
  50. Pachyramphus polychopterus (Caneleiro-preto)
  51. Pachyramphus validus (Caneleiro-de-chapéu-preto)
  52. Pachyramphus viridis (Caneleiro-verde)
  53. Parula pitiayumi (Mariquita)
  54. Patagioenas cayenensis (Pomba-galega)
  55. Patagioenas picazuro (Pombão)
  56. Penelope obscura (Jacuguaçu)
  57. Phaethornis pretrei (Rabo-branco-acanelado)
  58. Phaethornis squalidus (Rabo-branco-branco)
  59. Philydor licktensteini (Limpa-folha-ocráceo)
  60. Picumnus temmincki (Pica-pau-anão-de-coleira)
  61. Pionus maximiliani (Maitaca-verde)
  62. Pitangus sulphuratus (Bem-te-vi)
  63. Pyrrhura frontalis (Tiriba-de-testa-vermelha)
  64. Rynchotus rufescens (Perdiz)
  65. Saltator similis (Trinca-ferro-verdadeiro)
  66. Serpophaga subcristata (Alegrinho)
  67. Sittasomus griseicapillus (Arapaçu-verde)
  68. Sporophila caerulescens (Coleirinho)
  69. Synallaxis cinerascens (Pi-puí)
  70. Syristes sibilator (Gritador)
  71. Tachyphonus coronatus (Tiê-preto)
  72. Tangara sayaca (Sanhaçu-cinzento)
  73. Tapera naevia (Saci)
  74. Thalurania glaucopis (Beija-flor-de-testa-roxa)
  75. Thamnophilus caerulescens (Choca-da-mata)
  76. Thamnophilus doliatus (Choca-barrada)
  77. Tityra inquisitor (Anambé-branco-de-bochecha-parda)
  78. Tolmomyias sulphurescens (Bico-chato-de-orelha-preta)
  79. Troglodytes musculus (Corruíra)
  80. Trogon surrucura (Surucuá-variado)
  81. Turdus amaurochalinus (Sabiá-poca)
  82. Turdus leucomelas (Sabiá-barranco)
  83. Turdus rufiventris (Sabiá-laranjeira)
  84. Turdus subalaris (Sabiá-ferreiro)
  85. Tyrannus melancholichus (Suiriri-tropical)
  86. Vanellus chilensis (Quero-quero)




quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Passarinhada dia 20/10/2011

Membros do Grupo de Ornitologia e Birdwatching da ONG MAE durante uma das expedições. Foto: SONEHARA, G. 

Em mais uma "expedição" dos membros do Grupo de Ornitologia e Birdwatching - ONG MAE a um fragmento de Mata na região sul de Londrina, foram detectadas 86 espécies diferentes em apenas uma manhã de passarinhada. Dentre as espécies identificadas estavam as mais comuns como o Pula-pula (Basileuterus culicivorus), o Surucuá-variado (Trogon surrucura), o Pica-pau-de-banda-branca (Dryocopus lineatus), o Sabiá-barranco (Turdus leucomelas), o Sabiá-laranjeira (Turdus rufiventris), o Bico-chato-de-orelha-preta (Tolmomyias sulphurescens), a Saíra-de-papo-preto (Hemithraupis guira) e o Caneleiro-de-chapéu-preto (Pachyramphus validus), espécies incomuns como o Macuquinho (Eleoscytalopus indigoticus), o Tapaculo-pintado (Psilorhamphus guttatus) a Tovaca-campainha (Chamaeza campanisona), o Arredio-oliváceo (Cranioleuca obsoleta), a Tietinga (Cissopis leverianus), o Flautim (Schiffornis virescens), o Arapaçu-de-bico-torto (Campylorhamphus falcularius), o Pimentão (Saltator fuliginosus) e o Olho-falso (Hemitriccus diops), e o destaque do dia foi a presença do escasso Pica-pau-rei (Campephilus robustus) que tem este nome por ser o maior dos pica-paus brasileiros.  Este é um número excelente de registros para um período tão curto de amostragem, e todas estas espécies encontradas revelam a importância da preservação dos remanescentes florestais de nossa cidade, que ainda são capazes de abrigar uma grande diversidade de aves. 
Se interessaram em conhecer pessoalmente nossa avifauna? Entrem em contato pelo nosso email (gtaongmae@gmail.com) pois nós oferecemos a atividade de observação de aves para população em geral! Venha sozinho ou monte um grupo e participe
Oferecemos também passeios diferenciados para turmas escolares!
Abaixo segue a lista completa em ordem alfabética das espécies registradas no dia de hoje.


1.       Aramides saracura (Saracura-do-mato)
2.       Aratinga auricapillus (Jandaia-de-testa-vermelha)
3.       Aratinga leucophthalmus (Periquitão-maracanã)
4.       Automolus leucophthalmus (Barranqueiro-de-olho-branco)
5.       Basileuterus culicivorus (Pula-pula)
6.       Basileuterus leucoblepharus (Pula-pula-assobiador)
7.       Campephilus robustus (Pica-pau-rei)
8.       Campylorhamphus falcularius (Arapaçu-de-bico-torto)
9.       Capsiempis flaveola (Marianinha-amarela)
10.   Caracara plancus (Carcará)
11.   Chaetura meridionalis (Andorinhão-do-temporal)
12.   Chamaeza campanisona (Tovaca-campainha)
13.   Cissopis leverianus (Tietinga)
14.   Colaptes melanochloros (Pica-pau-verde-barrado)
15.   Columbina squamata (Fogo-apagou)
16.   Coragyps atratus (Urubu-de-cabeça-preta)
17.   Coryphospingus cuculatus (Tico-tico-rei)
18.   Corythopis delalandi (Estalador)
19.   Cranioleuca obsoleta (Arredio-oliváceo)
20.   Crotophaga ani (Anú-preto)
21.   Crypturellus obsoletus (Inhambú-guaçu)
22.   Crypturellus tataupa (Inhambú-chintã)
23.   Cyanocorax chrysops (Gralha-picaça)
24.   Dendrocolaptes platyrostris (Arapaçu-grande)
25.   Dryocopus lineatus (Pica-pau-de-banda-branca)
26.   Dysithamnus mentalis (Choquinha-lisa)
27.   Elaenia flavogaster (Guaracava-de-barriga-amarela)
28.   Eleoscytalopus indigoticus (Macuquinho)
29.   Forpus xanthopterygius (Tuím)
30.   Guira guira (Anú-branco)
31.   Habia rubica (Tiê-do-mato-grosso)
32.   Hemithraupis guira (Saíra-do-papo-preto)
33.   Hemitriccus diops (Olho-falso)
34.   Herpsilochmus rufimarginatus (Chorozinho-de-asa-vermelha)
35.   Hypoedaleus guttatus (Chocão-carijó)
36.   Ictinia plumbea (Sovi)
37.   Lanio melanops (Tiê-de-topete)
38.   Leptotila verreauxi (Juriti-pupu)
39.   Lochmias nematura (João-porca)
40.   Mackenziaena severa (Borralhara)
41.   Megarynchus pitanguá (Nei-nei)
42.   Melanerpes candidus (Pica-pau-branco)
43.   Melanerpes flavifrons (Benedito-de-testa-amarela)
44.   Milvago chimachima (Carrapateiro)
45.   Myiodynastes maculatus (Bem-te-vi-rajado)
46.   Myiopagis caniceps (Guaracava-cinzenta)
47.   Pachyramphus validus (Caneleiro-de-chapéu-preto)
48.   Patagioenas cayenensis (Pomba-galega)
49.   Patagioenas picazuro (Pombão)
50.   Phaethornis pretrei (Rabo-branco-acanelado)
51.   Philydor licktensteini (Limpa-folhas-ocráceo)
52.   Philydor rufum (Limpa-folhas-de-testa-baia)
53.   Picumnus temmincki (Pica-pau-anão-de-coleira)
54.   Pionus maximiliani (Maitaca-verde)
55.   Pitangus sulphuratus (Bem-te-vi)
56.   Poecilotriccus plumbeiceps (Tororó)
57.   Progne tapera (Andorinha-do-campo)
58.   Psilorhamphus guttatus (Tapaculo-pintado)
59.   Pygochelidon cyanoleuca (Andorinha-pequena-de-casa)
60.   Pyrrhocoma ruficeps (Cabecinha-castanha)
61.   Pyrrhura frontalis (Tiriba-de-testa-vermelha)
62.   Rupornis magnirostris (Gavião-carijó)
63.   Rynchotus rufescens (Perdiz)
64.   Saltator fuliginosus (Pimentão)
65.   Saltator similis (Trinca-ferro-verdadeiro)
66.   Schiffornis virescens (Flautim)
67.   Sittasomus griseicapillus (Arapaçu-verde)
68.   Synallaxis cinerascens (Pi-puí)
69.   Synallaxis ruficapilla (Pichororé)
70.   Synallaxis spixi (João-teneném)
71.   Tachyphonus coronatus (Tiê-preto)
72.   Tapera naevia (Saci)
73.   Thraupis sayaca (Sanhaçu-cinzento)
74.   Tolmomyias sulphurescens (Bico-chato-de-orelha-preta)
75.   Troglodytes musculus (Corruíra)
76.   Trogon surrucura (Surucuá-variado)
77.   Turdus amaurochalinus (Sabiá-poca)
78.   Turdus leucomelas (Sabiá-barranco)
79.   Turdus rufiventris (Sabiá-laranjeira)
80.   Turdus subalaris (Sabiá-ferreiro)
81.   Tyrannus melancholichus (Suiriri-tropical)
82.   Tyrannus savana (Tesourinha)
83.   Vanellus chilensis (Quero-quero)
84.   Xiphorhynchus fuscus (Arapaçu-rajado)
85.   Xolmis cinereus (Primavera)
86.   Zonotrichia capensis (Tico-tico)




quarta-feira, 19 de outubro de 2011

E chegaram os Peregrinos à "Pequena Londres"

Foto: Falcão-peregrino. Fonte: SILVA, R. S. (2003). [WA212467, Falco peregrinus Tunstall, 1771]. Wiki Aves - A Enciclopédia das Aves do Brasil. Disponível em: www.wikiaves.com/212467

Hoje (19/10/2011) chegaram os Falcões peregrinos (Falco peregrinus) à nossa querida Londrina. - Tá, eles podem ter chegado até dois ou três dias antes mas aqui perto da minha casa apareceram só agora! hehehehehe
Quem mora no quadrilátero central da cidade terá várias oportunidades de escutar e observar estas magníficas aves, que nos visitam com pontualidade quase britânica todos os anos. Eles são migradores e todos os anos saem de suas casas, na América do Norte, e viajam até a América do Sul e nosso País é um dos locais onde este falconídeo se instala durante sua longa viagem. Normalmente eles chegam em meados do mês de Outubro, e se vão em meados dos mêses de Abril e Maio. Sua estada em nosso País - como devem ter notado ao ler a frase anterior - coincide com as estações mais quentes do ano, enquanto o inverso ocorre em sua terra natal, cujo mesmo período corresponde às estações mais frias - lembrem que em dezembro NEVA nos EUA! hehehe.
Eles viajaram longas distâncias para nos visitar e de quebra ainda "darão uma mãozinha" provisória na questão dos Pombos. Estas Falcões gostam muito de nossos amiguinhos cinzentos e se deleitam com a grande disponibilidade de alimento em nossa cidade. Para quem ainda não ligou o nome à pessoa, o Falcão-peregrino é aquele famoso que abate sua presa após voos em queda livre - chegando a velocidades de até 400km/h - literalmente se jogando sobre a presa e quando próximos o suficiente, num ágil e hábil movimento, viram as garras para o alvo e aí......... Era uma vez um "passarinho".
Quem estiver atento aos céus londrinenses pode ser testemunha destas caçadas cinematográficas! Para ajudar um pouco na detecção da ave, ela grita bastante quando passa, e tem mais de uma vocalização. Eu consegui gravar 2 delas - por sinal as únicas que ouvi eles fazendo em Londrina - e as gravações podem ser ouvidas ou baixadas no link http://www.wikiaves.com.br/185046&tm=s&t=s&s=10262. Uma dica que eu costumo dar é que a mais usada lembra um tênis raspando numa quadra (muita gente ri quando falo isso mas ao ouvir concordam!), e a outra é mais escandalosa e típica de falcões.
Bom pessoal, resumindo, atentem para nossos visitantes e verão um dos falcões mais belos e imponentes do mundo dando verdadeiros shows aéreos de deixar os membros da esquadrilha-da-fumaça inquietos em seus cockpits.


domingo, 16 de outubro de 2011

Mais um novo registro, mas desta vez no Noroeste do Paraná


Membros da ONG MAE encontraram no dia 21 de dezembro de 2010 uma ave que os pesquisadores acreditavam estar extinta na região Noroeste do Estado do Paraná, o Macuru-de-barriga-castanha (Notharchus swainsoni). 
Primeiro registro na Estação Ecológica Décio Canabrava - Paraíso do Norte - PR

Segundo Registro na Estação Ecológica Décio Canabrava - Paraíso do Norte - PR
O Macuru-de-barriga-castanha é uma ave da família Bucconidae, e é endêmica da mata atlântica. Tem hábitos parecidos com de seu "parente" mais conhecido, o João-bobo, e fica pousado praticamente imóvel nos galhos normalmente das árvores mais altas, esperando suas presas - geralmente insetos - passarem por perto e serem capturados em vôos rápidos e curtos do Macuru.  Os registros foram feitos por Renan Campos de Oliveira e Marcelo Okamura Arasaki, membros da ONG, durante serviços prestados como profissionais Biólogos autônomos, para a prefeitura de Paraíso do Norte. Dentre os estudos estava o levantamento da avifauna de dois fragmentos florestais da cidade, um pertencente a Estação Ecológica Décio Canabrava, e o outro a RPPN Fazenda São Bento. 

- Mas espere um minuto, se estes registros foram feitos fora do âmbito da ONG por que está sendo reportado no blog?
Apenas para comprovar que a ONG MAE é apoiada por profissionais de altíssima competência no que fazem, em todas as áreas! hehehehe
Mas voltando aos registros, eles foram tão importantes para a ornitologia paranaense que o artigo científico elaborado reportando-os, foi aceito e será publicado na próxima edição da revista Atualidades Ornitológicas. Basta acessar o link www.ao.com.br e clicar em "próxima edição" para conferir todos os artigos que serão publicados (como na imagem mostrada no início desta postagem).
- Outra pergunta! Mas se foi feito em dezembro de 2010 por que só agora está sendo reportado?
Ora ora... primeiramente o blog foi criado há menos de 2 semanas!! hahahaha
Mas o principal motivo é por que esperamos o artigo ser aceito para publicação, o que normalmente leva um bom tempo para acontecer devido ao grande número de textos enviados à revista. Demorou mas deu certo, e agora estará documentado!
Vale lembrar que a AO - como conhecida entre os biólogos - é uma revista amplamente difundida no meio ornitológico, e seus editores e revisores são todos de altíssimo gabarito.

Parabéns ao Renan e ao Marcelo pelos registros e pelo artigo!

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Conheça a côrte do Uirapuru-laranja (Pipra fasciicauda)

O Uirapuru-laranja (Pipra fasciicauda) é uma ave da família Pipriidae com colorido de beleza ímpar que se destaca em meio ao verde da vegetação. 
Pipra fasciicauda (Uirapuru-laranja)
Costuma habitar matas com sub-bosque denso de finas galharias (como mostra a foto acima), especialmente no estado do Paraná, ambiente por muitos conhecido como "Brenha". Apesar do nome quase homônimo com a ave mais "lendária" do Brasil, o Uirapuru-verdadeiro (Cyphorhinus arada) - que dizem silenciar a floresta durante seu maravilhoso e variado canto - o Uirapuru-laranja não é sequer da mesma família que o Uirapuru-verdadeiro, a Troglodytidae. Para ilustrar, o Uirapuru-verdadeiro é um "parente" muito mais próximo da tão conhecida Corruíra (Troglodytes musculus), aquela ave diminuta que habita todo o Brasil, tanto na zona Rural quanto Urbana.
Abaixo segue um video (bem curtinho) feito em Paraíso do Norte- PR, durante os estudos para o Plano de Manejo na Estação Ecológica Décio Canabrava. Foi tão inesperado que sequer deu pra pensar na focagem, apenas miramos a câmera e registramos. Momento breve mas sensacional! Vale a pena conhecer!


Foi tão inesperado que sequer deu pra pensar na focagem, apenas miramos a câmera e registramos. Momento breve mas sensacional! Vale a pena conhecer!

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Mais um ilustre morador Londrinense, o Papa-formiga-de-grota!

Foto: BUCCI, D. (2009). [WA18606, Myrmeciza squamosa Pelzeln, 1868]. Wiki Aves - A Enciclopédia das Aves do Brasil. Disponível em: <http://www.wikiaves.com/18606> Acesso em: 13 Out 2011.
Membros da ONG MAE, em companhia do programador e "passarinheiro" Demis Bucci (http://passarinhandocomdemisbucci.blogspot.com/) recentemente fizeram um registro INÉDITO para a cidade de Londrina.
Encontraram o Papa-formigas-de-grota (Myrmeciza squamosa) em um fragmento de mata na zona sul da cidade, próximo ao distrito de Maravilha.
Esta é uma ave cuja distribuição conhecida no Brasil é "restrita" às regiões serranas próximas ao litoral nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Este novo registro feito em Londrina é no minimo intrigante, pois nossa cidade está a mais de 300km da região litorânea (Vide mapa abaixo).
Mapa com os registros de Myrmeciza squamosa no Brasil, mostrando alguns dos vários registros próximos ao litoral e os nossos registros em Londrina.
Fonte: Wikiaves (http://www.wikiaves.com.br/mapaRegistros_papa-formiga-de-grota)
 Teria a ave se deslocado toda esta distância em busca de recursos? Difícil de afirmar se pensarmos que a maior parte das áreas verdes preservadas no nosso estado estão próximas ao litoral onde este bicho normalmente vive.
Outro fato interessante foi que após a identificação da ave, foram feitas gravações de sua voz (que podem ser conferidas em http://www.wikiaves.com.br/midias.php?tm=s&t=c&s=10942&c=4113700) e as primeiras gravações contribuíram para que outro membro da ONG MAE resolvesse o mistério de uma gravação não identificada feita por ele anteriormente ao nosso "novo" registro durante a realização de outro projeto. A tal gravação "perdida" correspondia com a vocalização da mesma espécie, mas desta vez em outro local na cidade de Londrina.
Ou seja, 2 registros em 2 locais diferentes a mais de 300km do litoral... Fica cada vez mais difícil de acreditar que uma espécie sem comportamento migratório tenha cruzado o estado para chegar em nossa charmosa "Pequena Londres", e fica mais fácil de acreditar que podem existir populações residentes desta ave em outras pontos no interior do Estado - quem sabe até do País - mas que ainda não foram descobertas pela falta de pesquisas nestas regiões.
Uma pena que não conseguimos nenhuma foto da ave - muito arisca - aqui de Londrina, mas a gravação já serve perfeitamente pra comprovar o registro!
Os profissionais da ONG MAE seguem dia após dia na busca por novos registros e na realização de pesquisas para contribuir ao máximo com a Ornitologia Brasileira.
Já está sendo confeccionado um artigo que será enviado a uma revista científica, comentando os nosso registros!!
Que venham mais novidades!

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Pombos em Londrina.

Não é de hoje que o povo londrinense se queixa da superpopulação de pombos na cidade, mas para começar a discutir sobre  assunto, primeiro devemos esclarecer qual é a espécie de pombo que está causando o problema.
Existem pelo menos 10 espécies de pombos em Londrina, dentre as quais a maioria habita a zona rural e as matas nela contidas. Destas espécies basicamente 2 habitam de modo significativo a zona urbana de Londrina, o pombo-doméstico (Columba livia) e a Avoante (Zenaida auriculata). A primeira delas, o pombo-doméstico, é aquele pombo corpulento com cores que variam do branco ao preto passando por praticamente todos as gamas de cinza, o que resulta em indivíduos pretos, cinzas, brancos, e malhados. A segunda delas, a avoante, é um pombo menor que o doméstico, de cor cinza e sem diferença significante entre os indivíduos. O doméstico é de origem européia, e como o próprio nome diz é aquele pombo que o homem domesticou - e ainda domestica - há séculos, "empregando-os" inclusive como os famosos pombos-correio, e são as aves que hoje vemos e alimentamos em praças e calçadas ao redor do mundo.
Já a avoante, é um pombo mais restrito à América-do-sul e de hábitos naturalmente campestres, mas que ao longo da história vem se adaptando cada vez mais à zonas urbanas. Um dos fatores que contribuem para o aumento exponencial da população de Zenaida auriculata é o desmatamento, pois este processo amplia as áreas campestres ou abertas, configurando o ambiente "natural" dessa espécie.
A base alimentar da avoante é composta especialmente por grãos, e é aí que entra o motivo da superpopulação desta ave em Londrina. Ao longo de toda a zona rural londrinense é possível perceber o predomínio de culturas de grãos, como soja, milho, trigo e etc. Desta forma, os nossos queridos pombos acinzentados encontram alimento de sobra, o que pode sugerir inclusive que estes pombos figurem como típicos organismos "R" estrategistas. Quem teve acesso à ecologia de populações sabe exatamente do que se tratam os R e os K estrategistas, mas trocando em miúdos pensemos que espécies R investem alto em reprodução, e quando há sobra de recursos (como o alimento para os pombos de londrina) tendem a aumentar a população literalmente até não caber mais sem se preocupar com o futuro de cada indivíduo, e as K estrategistas são espécies mais concisas reprodutivamente, além de investirem em cuidados com a prole garantindo a manutenção um pouco mais "sensata" da população. Outra definição - a grosso modo - seria, uma população R estrategista é controlada pelo ambiente, há flutuações populacionais que são reguladas pela disponibilidade de recursos, se há recursos a população aumenta absurdamente, até o ponto que o número de indivíduos ultrapassa a capacidade de suporte do ambiente (quantos individuos o ambiente consegue sustentar) e a partir deste limiar, a população diminui drasticamente. Já o K estrategista se preocupa apenas em garantir o seu espaço até um nível seguro para a manutenção da permanência da espécie.
Voltando aos pombos de londrina, a avoante tem aproximadamente 6 ninhadas por ano, gerando e média 3 filhotes por ninho. Logo a população teoricamente triplicaria a cara ninhada, mas é óbvio que há uma grande mortandade de filhotes, mas de qualquer maneira a população aumenta a cada ano. Mas e os recursos?? Vai chegar um momento que não vai haver comida para tantos pombos e aí a população se estabilizaria!
É... seria verdade se não houvessem tantas pesquisas para aumentar a produção das diversas culturas. Por exemplo, o Brasil é o segundo maior produtor de soja no mundo, e a produção aumenta a cada ano devido às pesquisas, hoje se produz muito mais por hectare de terra do que se produzia há 30 anos atrás.
Este aumento da produção é ruim então?
Jamais! Nós todos precisamos comer, e os grãos fazem parte de nosso cardápio diário, e inclusive alimentam nossas picanhas, coxas e lombinhos.
Este panorama aqui apresentado serve para ilustrar que o problema dos pombos é "bem mais embaixo", e não pode ser resolvido com medidas paleativas como a soltura de predadores, uso de sons irritantes, géis grudentos nas árvores e estruturas urbanas, nem mesmo o abate massal.
Por que nenhuma delas funciona como o esperado?
Ao soltar milhares de predadores, não há garantia alguma de que eles comerão apenas os pombos e não vão predar outras espécies coadjuvantes no cenário caótico londrinense, e isto pode causar um enorme desequilíbrio ecológico.
O mesmo vale para o som irritante, não há garantia que ele espante apenas os pombos, e é utópico e inaceitável imaginar o teste deste som com todas as espécies de aves e até mesmo de outros animais existentes.
Novamente vale para o gel grudento, pois dezenas de outras espécies pousam nas árvores e estruturas londrinenses, e se o gel incomoda uma pomba, imagina o que não faz com espécies de menor porte, que podem até ficar presas a ele até a morte.
E o abate massal, pensando na dinâmica populacional dos pombos, seria questão de tempo para que voltassem a explodir em número de indivíduos na cidade.
Londrina está apenas sofrendo o reflexo de uma ocupação humana sem critérios e do desmatamento desregrado. Infelizmente não nos cabe a esperança de que as medidas "milagrosas" propostas para o problema, mas quem sabe acreditar que um dia o homem vai deixar de pensar com o bolso e pensar com o coração. Apenas uma restruturação do modelo agropecuário Londrinense poderia resultar em algo efetivo contra este enorme desiquilíbrio representado por nossas "amigas" avoantes. Quem sabe se existissem aqui cultivos variados (e não monoculturas), como frutíferas, madeiras para corte, e etc, haveriam espécies animais variadas em igual proporção, e com novos predadores e presas e novos nichos ecológicos disponíveis, um novo equilíbrio seria uma consequência.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Aves de Londrina... você sabia?

Você sabia que Londrina possui mais de 300 espécies de aves distribuídas pela cidade e sua região metropolitana?
O Grupo Técnico Ambiental da ONG MAE (GTA) ao longo de suas pesquisas catalogou todas e graças à esta grande diversidade criou o Grupo de Ornitologia e Birdwatching (GOBMAE), uma equipe que concentra os seus esforços em pesquisas da Avifauna.
O GOBMAE em breve disponibilizará para download neste blog e pelo site www.ongmae.org.br um checklist com as espécies de aves da cidade catalogadas até então.
Londrina revelou um enorme potencial para a Observação de Aves (Birdwatching) e a ONG MAE é a pioneira no oferecimento desta atividade na cidade. Fazemos questão de lembrar que não é uma atividade direcionada apenas para profissionais da área, e sim oferecida para toda a sociedade. VENHA PARTICIPAR!